Mercado da soja reflete quebra de safra no RS

Com a colheita da soja oficialmente encerrada no Rio Grande do Sul, o mercado enfrenta os impactos de uma severa quebra de safra, segundo informações da TF Agroeconômica. O cenário tem mexido com as cotações no estado, principalmente no mercado interno e nos portos.

No porto, para entrega em maio e pagamento até 13 de junho, a saca foi negociada a R$ 135,80, com alta de 2,11%. No mercado interno, os preços seguem ajustados conforme cada região: R$ 132,00 em Cruz Alta, Passo Fundo e Ijuí, com pagamento para 4 de julho, e R$ 131,00 nas praças de Santa Rosa e São Luiz Gonzaga. Em Panambi, o preço da soja na pedra recuou, ficando em R$ 118,50 por saca para o produtor.

Em Santa Catarina, a colheita está praticamente finalizada, com boa produtividade. Apesar disso, o mercado permanece travado. A queda nos prêmios de exportação e a instabilidade dos preços fazem com que muitos produtores segurem seus estoques à espera de condições mais favoráveis. No porto de São Francisco do Sul, a cotação fechou em R$ 133,66.

O Paraná também enfrenta desafios, especialmente com o início próximo do vazio sanitário, que obriga produtores a acelerar o escoamento ou buscar alternativas de armazenamento. As cotações variam: R$ 132,46 em Cascavel (-0,32%), R$ 120,62 em Maringá (+1,26%), R$ 118,42 em Ponta Grossa (-0,87%), e R$ 133,45 em Pato Branco (-0,16%). No balcão de Ponta Grossa, o preço ficou em R$ 130,00.

No Mato Grosso do Sul, o cenário é de produção elevada, porém com rentabilidade comprometida. A combinação de atraso na colheita e preços pouco atrativos gerou acúmulo de estoques. Isso reforça a necessidade de estruturas eficientes de armazenamento, que garantam maior flexibilidade na venda e evitem perdas. As cotações ficaram em R$ 118,58 em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia (-1,27%) e R$ 112,58 em Chapadão do Sul (+1,18%).

Já no Mato Grosso, a colheita foi recorde, mas a comercialização segue em ritmo lento devido aos preços voláteis e aos custos elevados de logística, que continuam pressionando a rentabilidade. O avanço da colheita do milho também forçou alguns produtores a vender parte da soja para liberar espaço nos armazéns. Os preços variam entre R$ 108,90 e R$ 112,20, dependendo da praça.