Venda de soja segue lenta no Brasil em meio a estoques elevados e pressão nos preços

O mercado da soja continua operando de forma lenta no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e diversas regiões do Centro-Oeste, refletindo as dificuldades enfrentadas pelos produtores diante de margens apertadas, dívidas acumuladas e limitações na capacidade de armazenagem. A análise é da TF Agroeconômica.

No Rio Grande do Sul, os negócios avançam de forma tímida, com produtores aguardando melhores condições de mercado. No porto, a soja com entrega para maio e pagamento em junho é negociada a R$ 136,00 a saca, com leve alta de 0,15%. No interior, os preços seguem pressionados: R$ 131,00 em praças como Cruz Alta, Passo Fundo, Ijuí e Santa Rosa, com pagamento previsto para julho — queda de 0,76% na comparação anterior. Em Panambi, os preços na modalidade “pedra” subiram para R$ 119,00.

Em Santa Catarina, o mercado permanece praticamente parado. A ausência de dados atualizados sobre os custos logísticos, especialmente dos fretes, dificulta as negociações. Além disso, a proximidade do vazio sanitário impõe pressão para a movimentação dos estoques. No porto de São Francisco do Sul, a saca é cotada a R$ 133,66, leve alta de 0,20%.

No Paraná, apesar da colheita estar concluída, o ritmo de vendas segue moderado. As exportações também apresentam desaceleração. Em Paranaguá, a saca chegou a R$ 132,66 (+0,15%). Outras praças registraram oscilações: Cascavel (R$ 119,51, alta de 1,10%), Maringá (R$ 120,86, +0,20%), Ponta Grossa (R$ 118,93, +0,43%) e Pato Branco (R$ 133,72, +0,20%). No mercado interno, Ponta Grossa teve negociações no balcão a R$ 130,00.

O cenário nacional segue desafiador, com produtores atentos à evolução dos custos logísticos, às condições climáticas e à necessidade de reequilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno e externo.