O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou um aumento nas exigibilidades de recursos destinados ao crédito rural, elevando de 30% para 31,5% o percentual obrigatório de direcionamento dos depósitos bancários para o financiamento da produção agropecuária. Essa medida visa ampliar a disponibilidade de recursos para o Plano Safra 2025/26, que se inicia em julho.
Apesar do aumento na oferta de recursos, especialistas alertam para um acesso mais restrito ao crédito. O diretor financeiro da Planta e Agrocrédito, Paulo Ricardo Miralha Sampaio, destaca que, devido aos elevados níveis de inadimplência no setor, as instituições financeiras devem adotar critérios mais rigorosos na concessão dos financiamentos, tornando o processo de seleção mais seletivo para os produtores.
Além disso, a alta taxa Selic e as dificuldades fiscais do governo federal limitam a capacidade do Tesouro Nacional de realizar a equalização das taxas de juros, o que pode impactar no custo do crédito rural. Sampaio sugere que os produtores adotem estratégias para minimizar riscos, como buscar parcerias com tradings ou agroindústrias para o custeio dos insumos e realizar hedge de parte da produção, garantindo um preço justo para ambas as partes.
O novo ciclo do Plano Safra, que se inicia em julho, será marcado por desafios econômicos e financeiros. A recomendação é que os produtores se preparem para um ambiente de crédito mais seletivo e adotem estratégias para garantir o financiamento necessário à produção agropecuária.
Planta e Agrocrédito