A produção industrial brasileira registrou um crescimento de 0,1% em abril, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetavam uma alta entre 0,3% e 0,7%, e interrompeu uma sequência de dez meses consecutivos de crescimento na comparação anual, apresentando uma queda de 0,3% em relação a abril de 2024. No acumulado do ano, o setor industrial registra uma expansão de 1,4%. O desempenho de abril reforça as projeções de economistas sobre uma desaceleração gradual da atividade industrial ao longo de 2025. Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, destacou que o crescimento foi menos disseminado em abril, com 13 das 25 atividades industriais apresentando variação positiva. Os principais destaques foram os setores extrativos e de bebidas, enquanto os segmentos de derivados de petróleo e farmacêuticos registraram quedas, revertendo os ganhos observados em março.
A tendência de desaceleração é atribuída, em parte, à política monetária restritiva adotada pelo Banco Central, que mantém os juros em patamares elevados para conter a inflação. Essa política tem impactado setores como o de veículos e alimentos, refletindo-se em uma redução nas concessões de crédito e aumento da inadimplência. Apesar disso, o nível de atividade industrial ainda é considerado robusto, com o esfriamento ocorrendo de forma lenta e com variações entre os setores.
Para o restante de 2025, as projeções variam entre crescimento moderado e leve retração. O C6 Bank prevê uma queda de 0,5% na produção industrial até o final do ano, enquanto a XP estima um crescimento de 2%, abaixo dos 3,1% registrados em 2024. Fatores como a resiliência do mercado de trabalho e políticas governamentais de estímulo à economia podem mitigar os efeitos negativos da desaceleração.
Em resumo, os dados de abril indicam uma perda de fôlego na indústria brasileira, alinhando-se às expectativas de um crescimento mais contido em 2025, influenciado por políticas monetárias restritivas e desafios no cenário econômico global.