Tarifas de 25% dos EUA sobre aço e alumínio afetam exportações brasileiras e provocam reação do setor

A imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos, em vigor desde 12 de março de 2025, tem gerado preocupações significativas no Brasil, segundo maior fornecedor desses metais ao mercado norte-americano. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, visa proteger a indústria siderúrgica dos EUA, mas afeta diretamente as exportações brasileiras, que em 2024 somaram US$ 5,7 bilhões em aço e ferro e US$ 267 milhões em alumínio para os EUA 

O governo brasileiro, por meio dos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, manifestou preocupação com a decisão americana e estuda recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as tarifas . A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também expressou apreensão, destacando que 54% das exportações brasileiras de ferro e aço têm como destino os EUA 

Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que, embora o impacto macroeconômico no PIB brasileiro seja pequeno (queda de 0,01%), o setor de metais ferrosos pode sofrer uma redução de 2,19% na produção e de 11,27% nas exportações . A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) alerta para a possibilidade de perda de competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano, que representa 16,8% das exportações brasileiras do setor 

Diante desse cenário, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil buscará o diálogo com os Estados Unidos para encontrar uma solução que preserve o comércio bilateral e minimize os prejuízos para a indústria brasileira